O governador Reinaldo Azambuja, junto com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, acompanhou, em Campo Grande, nesta quinta-feira (1), o início dos testes da primeira vacina brasileira contra a dengue com 1,2 voluntários. A expectativa é que em meados de 2017 a vacina contra a dengue comece a ser, finalmente, produzida em escala industrial e distribuída gratuitamente à população. Mas evidente que para isso os resultados satisfatórios precisam continuar nesta última fase dos testes clínicos realizado pelo Instituto Butantan. Para o governador Reinaldo Azambuja, a vacina se trata de um “grande avanço da saúde pública”.
“A vacina tetravalente, que combate os quatro sorotipos da doença, em dose única, é um avanço enorme para a saúde pública, não só do Brasil, mas no mundo inteiro, já que outros países tropicais também sofrem com a dengue. Essa é uma doença que preocupa Mato Grosso do Sul e o todos os estados brasileiros. Esperamos que esse trabalho possa ter êxito final, que é ter a vacina contra a dengue distribuída de forma gratuita”, disse o governador Reinaldo.
Já foram investidos R$ 100 milhões na etapa final que será realizada em seis cidades, incluído Campo Grande, e que teve início em fevereiro deste ano. Outras sete cidades do país já passaram pelas fases anteriores de todo o processo.
O Butantan vacinou hoje (1), na Unidade Básica de Saúde (UBS, do bairro Coophavila II, dois dos 1,2 voluntários que passarão pelo teste. Com idades entre 18 e 59 anos, os voluntários serão monitorados durante cinco anos de diversas formas diferentes, como contato telefônico e também por agendamento de visitas.
“Campo Grande é a primeira cidade do Centro-Oeste a receber os testes. Esperamos que essa vacina contra a dengue possa estar no rol do Ministério da Saúde logo”, afirmou Reinaldo. O governador ainda frisou que a limpeza urbana e os cuidados dentro de casa com o acúmulo de lixo devem continuar, já que existem outros doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, como o Zika Vírus, ainda sem vacina.
Conforme o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, que também participou do evento , até agora, as duas primeiras fases dos testes mostraram que a vacina é segura e que induz o organismo a produzir anticorpos da doença, dos quatro sorotipos da dengue. Alckim lembrou ainda que a dengue é uma endêmica no Brasil e em mais de 100 países.
“Estamos muito otimistas, essa poderá ser a única vacina tetravalente em dose única, que poderá estar disponível em todos os países tropicais e subtropicais. Sabemos que 40% da população mundial vive em países quentes, onde chove muito e faz muito calor, como América Latina, África, Caribe e Índia. Hoje, em termos de epidemia, a maior preocupação são as arboviroses, aqui no Brasil uma delas é a dengue. Se tivermos, até a metade do ano que vem, uma resposta positiva, poderemos encaminhar a vacina à Anvisa (Angência Nacional de Vigilância Sanitária) para a aprovação e sua produção em escala industrial”, disse o governador de São Paulo.
Vacina
A vacina, produzida com vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos, foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês). Essa parceria foi firmada em 2008 e a primeira fase dos testes aconteceu fora do Brasil, e, em 2013, São Paulo foi a primeira cidade a receber os testes.
Dos 17 mil voluntários, 12 mil receberá a vacina e o restante tomará apenas o placebo, com as mesmas características da vacina, mas sem o vírus, ou seja, sem efeito. Pacientes e equipe médica não terão conhecimento de quais voluntários tomaram a vacina ou placebo. A intenção é descobrir, em algum tempo, se quem tomou a vacina ficou imune à doença e quem não tomou contraiu a doença.
Luciana Brazil, da Assessoria de Comunicação da SES | Foto: Chico Ribeiro.