Em dezembro de 2019, sugiram os primeiros casos do novo coronavírus na China. Em pouco menos de três meses, mais especificamente no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde decretou pandemia da Covid-19.
Desde então os números de casos vêm crescendo assustadoramente e exigindo um esforço coletivo da sociedade para tentar minimizar o número desenfreado de vidas perdidas e para não colapsar o sistema de saúde.
Hoje, dia 05 de agosto, é comemorado o Dia Nacional da Saúde e como, infelizmente, o coronavírus ainda está presente no nosso dia a dia, decidimos apresentar um pouco da rotina e história de servidores do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul que atuam na linha de frente de combate à Covid-19.
Antes de iniciarmos, precisamos reforçar que quando falamos de linha de frente, não estamos nos referindo apenas aos médicos. O hospital é um local composto por diversos profissionais da área da saúde e hoje destacaremos justamente esses servidores que trabalham nos “bastidores” da linha de frente.
Um desses serviços que não estão sob os holofotes, mas que é extremamente relevante para o combate à doença é a higienização. Dirce Aparecida Vicentim atua no HR desde 2015 e conta que nunca imaginou passar por uma situação como esta.
“Jamais pensei que nós iríamos passar por isso, de termos que nos paramentar e usar os EPIs para nos cuidar e ainda conviver com o medo como nós estamos. Mas esse vírus serviu para nos dar um chacoalho, porque todos os pacientes que estão aqui necessitam de nossa atenção e calor humano, já que muitos não podem ter seus familiares por perto”, relatou.
Outra área que merece destaque é a fisioterapia. Para representar todos esses profissionais, conversamos com a servidora Adriana Ferreira London Mendes, que diariamente atua em duas Unidades de Terapia Intensiva e que percebeu alterações em suas atividades diárias.
“Minha rotina teve várias mudanças e posso pontuar algumas: restrição hídrica pela manhã; não posso ir ao banheiro no período vespertino por conta das EPIs; não posso me alimentar durante o plantão; trago um “kit banho”, pois ao final do plantão temos que tomar banho. Ao chegar em casa deixo tudo do hospital em local específico, a roupa vai direto para a máquina de lavar e tomo outro banho. Mas o que mais me deixa triste é não conviver com minha avó desde o início da pandemia. Só a visito esporadicamente e fico a 3 metros de distância, mesmo de máscara.”
Mesmo com o uso contínuo de EPIs, tomando banho após o plantão e outros cuidados, Adriana testou positivo para Covid-19 no mês de junho. “Os EPIs são desconfortáveis, geram dor conforme o passar do plantão e deixam marcas, principalmente, no rosto. Quando testei positivo, fiquei chateada por ter que me isolar e sair da assistência. Positivar gera tensão, já que não sabemos como será a evolução dos sintomas, mas iniciei o tratamento precoce e não tive nenhum quadro respiratório que preocupasse”, disse Adriana.
Sabendo de todos os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde, a coordenadora Administrativa do Pronto Atendimento Médico, Marly Arruda Pereira, acredita que a população agiria de forma diferente se vivenciasse um pouco do que os profissionais da área da saúde estão acompanhando diariamente.
“São histórias muito tristes de famílias que estão perdendo seus amores, de família inteiras doentes. Muitas situações que mexem com todos nós. É necessário que todos se cuidem, se protejam, cuidem daqueles que vocês amam e lembrem-se que onde você for tem um ser que é o amor de alguém e todos nós precisamos sobreviver”, analisou a coordenadora.
E é com este apelo que encerramos esta matéria sobre o Dia Nacional da Saúde, pois somente seguindo os protocolos à risca vamos preservar a nossa saúde e colaborar para que toda essa situação passe o mais rápido possível.
Portal do Servidor
Por: Ana Letícia Gauna