O setor de nefrologia do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) promoveu, neste mês, o encontro de pacientes da diálise peritoneal. O encontro aconteceu no dia da consulta mensal dos pacientes. A equipe aproveitou a oportunidade para comemorar o fim de ano, com lanche especial, lembranças confeccionadas pela equipe da enfermagem e até uma dinâmica em grupo. Atualmente, 11 pacientes fazem diálise peritoneal, inclusive de outros municípios, como Ribas do Rio Pardo e São Gabriel do Oeste, por exemplo. O HRMS é o único hospital público de Campo Grande a oferecer este tratamento.
Durante o encontro, a técnica de enfermagem Leonina dos Martyres, que se formou em Psicologia neste ano, fez uma dinâmica chamada “Viagem”. Assim como quando uma pessoa vai viajar e precisa arrumar a mala, foram colocadas várias palavras, representando sentimentos e emoções, para que cada um decida o que pretende levar para o próximo ano. Os acompanhantes dos pacientes também participaram da atividade, que arrancou risos e despertou emoções.
Chefe da enfermagem da linha assistencial nefro urológica, a enfermeira Andyara Forin Paes afirma que a dinâmica envolveu não só os pacientes, mas também a equipe. “Conseguimos transmitir afeto e carinho. É um vínculo muito positivo. Para os pacientes, foi uma surpresa enorme e é necessário que eles se sintam acolhidos, pois passam por um tratamento difícil e longo”, afirma.
Enfermeira nefrologista e responsável por acompanhar os pacientes da diálise peritoneal, Letícia Cândida de Oliveira explica que, justamente por ser o tratamento de uma doença crônica, acaba se formando um vínculo. “Eles ficam felizes, se sentem acolhidos. A relação é diferente porque ficamos muito próximos ao longo do tratamento. Para nós, que fazemos parte da equipe, é importante saber que, nos piores dias deles, nós demos alguma contribuição boa”, conta Letícia.
Diálise peritoneal
A diálise peritoneal é indicada para pacientes que apresentam quadros de insuficiência renal aguda ou crônica. Médica nefrologista do HRMS, Elsa Gonçalves explica que o tratamento oferece mais qualidade de vida ao paciente, principalmente por evitar deslocamentos até a unidade hospitalar.
“O paciente faz a diálise peritoneal em casa, no período da noite. Ele pode, por exemplo, trabalhar normalmente ou viajar, já que leva o aparelho utilizado. Para os pacientes que moram no interior do Estado, é uma oportunidade de ter o tratamento adequado sem precisar se deslocar três vezes por semana para passar por hemodiálise”, explica a médica.
Como trata-se de um tratamento crônico, que deve seguir até o fim da vida ou a realização de um transplante renal, a médica nefrologista conta que a equipe passa a acompanhar a vida dos pacientes. “A gente vê o desenrolar de uma vida na nossa frente. Ações como essa são um acolhimento para o paciente. É importante que veja que tem uma família que se importa com ele”, afirma.
Patrícia Belarmino, Comunicação FUNSAU/HRMS