Hospital adquiriu 80 novas próteses e consegue seguir as diretrizes do Ministério da Saúde.
As mulheres vítimas de câncer de mama que passam por tratamento no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS)realizam a cirurgia para tratamento da doença com reconstrução imediata pela equipe oncoplástica em no máximo dois meses. Isso significa dizer que, na mesma operação em que os médicos retiram o mioma (tumor formado a partir de tecido muscular), logo em seguida são feitos os implantes com próteses de silicone, impedindo que as mulheres fiquem mutiladas. O procedimento é uma determinação do Ministério da Saúde (Lei Federal 12.802/2013) e vem sendo cumprido com êxito pela equipe médica do hospital.
Atualmente, duas equipes realizam os procedimentos. O atendimento oferecido no HRMS vai desde o diagnóstico, passando pela cirurgia oncológica, plástica reparadora de reconstrução da mama, até a quimioterapia.
Conforme os médicos responsáveis pelas equipes, o mastologista Orivaldo Gazoto Junior, e as cirurgiãs plásticas, Lucilene dos Santos Barros e Marina Buainain, a determinação do Sistema Único de Saúde (SUS) de realizar a cirurgia plástica reparadora da mama logo em seguida à retirada do câncer, quando houver condições médicas, foi muito importante.
“A norma anterior ( Lei Federal 9.797/1999) previa que mulheres que sofressem mutilação total ou parcial de mama (mastectomia) teriam direito a cirurgia plástica reconstrutiva, mas não especificava o prazo em que ela deveria ser feita. Com a determinação atual as pacientes demonstram mais confiança no procedimento, conservam a autoestima e vão até mais motivadas para o tratamento da quimioterapia. Então, foi um ganho enorme para a vida delas”, pontua Gazoto.
O procedimento é bastante delicado e a cirurgia demora em média sete horas. Duas equipes trabalham em conjunto. Primeiro é feita a retirada da mama e, em seguida, entra em cena a equipe da cirurgia plástica. “Quando você retira toda a mama não tem como fazer somente a colocação da prótese. Então, programamos um retalho de outra parte do corpo, de músculo mais pele que passa para a região onde será colocado um implante embaixo. Fazemos a reconstrução e levantamos a contralateral. Fica faltando somente fazer uma auréola que pode ser com cirurgia ou com uma tatuagem”, explica Lucilene.
A cirurgiã plástica detalha que na maioria das vezes a cura do câncer de mama envolve a mutilação do corpo e isso coloca em risco a saúde psíquica da mulher. Lucilene reforça que as equipes continuam atendendo também as mulheres que necessitam da reconstrução tardia, que são aquelas pacientes que estão há anos mutiladas pela doença.
“O trabalho das nossas equipes tem sido gratificante. A execução dos procedimentos faz a diferença na vida de inúmeras pessoas e famílias. Com essa iniciativa da reconstrução imediata da mama elas vão para a quimioterapia mais motivadas e as que fazem a reconstrução tardia recobram a autoestima e a vontade de viver. Nosso objetivo é que o serviço cresça e possamos cada vez mais fazer um trabalho melhor, oferecendo mais qualidade de vida para essas mulheres”, finalizou.
Diana Gaúna – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Chico Ribeiro