O Boletim da Covid-19 de ontem, trouxe um dado alarmante: Mais de 10 mil casos notificados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.
Em 31 de março de 2020, o HRMS deu início ao “Boletim Coronavírus-HRMS”, desde então, 10036 casos foram notificados na instituição, 1409 pessoas foram a óbito e 3784 conseguiram vencer a Covid-19. Dos 6050 casos confirmados 641 são de servidores do hospital. 611 se recuperaram da doença, e infelizmente, sete perderam a vida para o novo coronavírus.
Os casos vêm subindo exponencialmente, somente no mês de maio os números aumentaram em 7,35% ou 736 casos novos. No mesmo período, os boletins registraram 114 óbitos e 315 altas hospitalares.
Os dados mais assustadores, entretanto, são as taxas de ocupação de leitos críticos. Desde o último dia 8 de março, o hospital opera acima da sua capacidade de leitos críticos, ativando pontos de cuidados (leitos improvisados), no Pronto Atendimento Médico (PAM) e nas enfermarias. No dia 30 de março o HRMS teve seu pior dia de ocupação com 112% de pacientes em leitos críticos, ou seja, o HR chegou a ter 15 pacientes além de sua capacidade sendo atendidos em pontos de cuidado.
No último dia 17, o hospital habilitou mais 5 leitos críticos, elevando sua capacidade máxima para 125, sendo que no início da pandemia esse número era bem inferior: 39 ao total. Mesmo com a criação de 86 novos leitos, o quantitativo é insuficiente para atender a demanda ocasionada pela Covid-19. A diretora-presidente do Hospital Regional de MS, Dra. Rosana Leite de Melo revela sua indignação com parte da população, insensível com a direção em que a pandemia toma. “Estamos todos esgotados e estressados. Não temos mais vida social fora do hospital, todos os dias vemos bares lotados, pessoas sem máscara nas ruas e festas clandestinas. Pessoas alheias a situação que espalham a doença, adoecem e vêm parar aqui no hospital, pedindo ar e suplicando pela vida. Já ativamos a ‘triagem de guerra’, onde temos que escolher quem pode ou não ser internado; temos filas de pessoas nos UPAS a espera de vagas. Os óbitos estão cada vez maiores, e mesmo assim, as pessoas ainda não se importam. Se essa crescente onda continuar, não teremos mais como atender a todos, e mais pessoas vão morrer, infelizmente”.