O Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais chega a fazer 50 atendimentos por dia.
Uma sala de vacina para paciente com baixa imunidade (imunodeficientes). Esse é o Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), que funciona no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS). Inaugurado há 18 anos, o centro atende pacientes transplantados, em tratamento de câncer, bebês prematuros, renais crônicos, entre outros que precisam de atendimento especializado e calendário de vacina diferenciado.
O médico pediatra responsável pelo Crie, Antônio Graciliano, informa que o trabalho principal do setor é disponibilizar vacinas que não são aquelas de rotina do posto de saúde. “Existe um programa nacional de imunização para cada faixa etária, criança, idosos, gestantes, mulher. Saiu fora do calendário por algum motivo o paciente é encaminhado para o Crie. Disponibilizamos vacinas especiais. Por exemplo, uma criança que tem alergia, um indivíduo que passou por cirurgia, transplante de medula óssea, zerou a imunidade, tem que recomeçar. Assim, montamos um calendário diferente, específico para ele”.
O centro é estadual e atende todo o MS. Para dar suporte, no interior existem os núcleos regionais de saúde que funcionam como braços do atendimento oferecido pelo Governo do Estado. “Se eles tiverem que receber alguma vacina especial, faço documento para a Secretaria de Estado de Saúde, analiso, dou parecer e envio com a prescrição certinha para eles. Por exemplo, um indivíduo que mora em Três Lagoas não precisa vir a Campo Grande para receber a medicação. Fazemos a solicitação que chega via SES e esse medicamento é enviado para ele”, conta o médico.
Quando há dúvidas, os servidores dos núcleos acionam a Crie. “Pessoal do interior entra em contato com o Crie constantemente. Em Campo Grande também atendemos dúvidas. Tomou uma vacina no posto de saúde, deu reação, mandam para a gente para ver se tem que trocar o esquema, ou tomar vacina especial. Fazemos também as vacinas de rotina como BCG e hepatite B, mas só nos bebezinhos que nascem na nossa maternidade, porque o Hospital faz parte do Programa Amigo da Criança”, diz Graciliano.
Para que o paciente possa ser atendido no Crie é preciso comprovar a necessidade do tratamento por meio de laudo médico. Além disso, os atendimentos são prioritariamente agendados. Hoje o centro é uma referência, gerido pelo Governo do Estado, que oferece uma estrutura completa com tudo, no mesmo lugar.
“Para receber atendimento, o paciente vem encaminhado pelo médico, que manda justificativa para nós avaliarmos. Nós sempre procuramos agendar, porque recebemos muitos pacientes imunocomprometidos. Então, pode chegar uma criança gripada, tossindo e ter um transplantado recente, ou um prematuro. Contamina. Nesses 20 anos de HRMS, o Crie foi se modernizando para oferecer um serviço de qualidade. Ele veio para o Regional por orientação do Ministério da Saúde, que pede que os cries sejam instalados em hospitais. Se passar mal, temos atendimento de emergência. Por exemplo, se uma criança passa mal, temos o PAM pediátrico, ligamos lá e o médico nos atende sem precisar ligar atrás de vaga”.
Além das vacinas, o Crie também trabalha com imunoglobulinas. “É para quando você não está protegido, mas precisa de uma proteção imediata. Por exemplo, a vacina quando você faz demora umas duas semanas para seu organismo reagir e produzir anticorpos. Quando precisa de uma coisa imediata, administra o anticorpo que é a imunoglobulina. Um funcionário está mexendo em material perfuro cortante e fura o dedo em alguma seringa contaminada por hepatite B. Não vai dar tempo dele tomar a vacina e se prevenir. Então ele tomar a imunoglobulina”, explica o médico.
A técnica de enfermagem, Sandra Lima, conta que o movimento do Crie depende muito do dia. “Tem expediente que fazemos 50 atendimentos. Manter um setor desse não é barato. Nós alimentamos todo o sistema do Ministério da Saúde. Nossa demanda é de rotina, atendendo a maternidade, o berçário, a Unidade de cuidados Intensivos, CTI pediátrico, CTI adulto e demanda de fora do hospital. As vezes tem paciente de picada de cobra que o pronto socorro entra com soro e a gente com a vacina. Temos ainda três pacientes que tomam imunoglobulina e vem todo mês. Um dos pacientes é medicado pela gente há cinco anos. É um serviço bonito que atende toda população que necessita”.
Para a técnica de enfermagem, Edilene Menezes, a importância do Crie para muitas mães é o fato de poder administrar a medicação com segurança. “Aqui fazemos as vacinas, as vezes a mesma do posto de saúde, mas aqui o paciente pode tomar tranquilo, sem medo de reação, devido a estrutura hospitalar. Crianças geralmente com alergia grave a ovo e a leite vem para cá. Nós pedimos sempre para agendar antes pelo telefone (67) 3378-2729, para vir com todos os documentos necessários”.
Vanessa Aparecida de Almeida, 33 anos, levou a filhinha para tomar vacina. A pequena desenvolveu uma alegria a ovo e precisou tomar com acompanhamento médico. “Fiz acompanhamento com o alergologista e ele nos encaminhou para cá. A Luiza tem um ano e dois meses e é mais seguro, mais prudente porque aqui fica em observação para ver se vai ter uma reação e estamos em um hospital. É a primeira vez que venho, está sendo super tranquilo, liguei, agendei e vim. O médico fez a medicação e agora estamos aguardando. Estou muito feliz porque não conhecia esse setor. Gostei muito”.
Maria Lourdes Zelada, 60 anos, (foto capa) passou por uma cirurgia d coração e está sendo medicada pelo Crie. “Fiz cirurgia do coração há um ano e meio. Estava muito inchada, com problemas e vim no pronto atendimento. Eles me internaram para poder fazer os medicamentos e agora começo o tratamento. Inclusive essa é uma injeção nova que vou tomar a primeira vez. Mas marquei a hora, vim certinho, estou sendo muito bem atendida”.
Texto e fotos: Diana Gaúna – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)