Ministério da Saúde prevê colocação de prótese após retirada do câncer, mas o Regional é o único em MS que realiza procedimento na mesma cirurgia.
O tratamento do câncer de mama que prevê a retirada do seio já não deixa mais mulheres mutiladas nos procedimentos realizados no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS). O Ministério da Saúde por meio da Lei Federal 12.802/2013 prevê que as mulheres vítimas desse tipo de enfermidade tenham direito a realizar a cirurgia reparadora em no máximo dois meses por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas no HRMS o procedimento é realizado na mesma cirurgia, ou seja, de forma imediata. Assim, que os médicos retiram o mioma (tumor formado a partir de tecido muscular), na mesma cirurgia são colocados os implantes com próteses de silicone.
Para cumprir a determinação federal e ajudar mulheres vítimas de câncer a recobrarem a autoestima, três equipes estão habilitadas para realizar os procedimentos. O atendimento oferecido pelo hospital vai desde o diagnóstico, passando pela cirurgia oncológica, plástica reparadora de reconstrução da mama, até a quimioterapia. Para cumprir a obrigatoriedade o hospital adquiriu cerca de 80 próteses em 2017.
A médica cirurgiã plástica, Lucilene dos Santos Barros, – que atua em uma das equipes oncoplásticas de mama do Hospital Regional -, explica que o procedimento é bastante delicado e a cirurgia demora em média sete horas. “São duas equipes. Primeiro faz a mastectomia, que é a retirada da mama e, em seguida, entra a equipe da cirurgia plástica. Quando você retira toda a mama não tem como fazer somente a colocação da prótese. Então, programamos um retalho de outra parte do corpo, de músculo mais pele que passa para a região onde será colocado um implante embaixo. Fazemos a reconstrução e levantamos a contralateral. Fica faltando somente fazer uma auréola que pode ser com cirurgia ou com uma tatuagem”, explicou a médica.
Para o médico mastologista, Orivaldo Gazoto Junior, que também compõe a equipe do regional, a atuação do HR faz a diferença na vida de muitas pacientes. “A norma anterior ( Lei Federal 9.797/1999) previa que mulheres que sofressem mutilação total ou parcial de mama (mastectomia) teriam direito à cirurgia plástica reconstrutiva, mas não especificava o prazo em que ela deveria ser feita. A determinação atual dá um prazo de dois meses. Mas aqui no Hospital Regional as pacientes demonstram mais confiança no procedimento que é realizado na mesma cirurgia. Elas conservam a autoestima e vão até mais motivadas para o tratamento da quimioterapia. Então, foi um ganho enorme para a vida delas”, pontua Gazoto.
Lucilene pondera que na maioria das vezes, a cura do câncer envolve necessariamente a mutilação do corpo, o que coloca em risco a saúde psíquica da mulher. “Elas chegam bastante fragilizadas por causa da doença. Aqui nós realizamos a colocação tanto naquelas que estão retirando o mioma, quanto nas que já estão mutiladas e aguardam na fila. As que fazem a reconstrução tardia também recobram a autoestima e a vontade de viver. Nosso objetivo é que o serviço cresça e possamos cada vez mais fazer um trabalho melhor, oferecendo mais qualidade de vida para essas mulheres”, finaliza.
Diana Gaúna – subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Chico Ribeiro e Diana Gaúna.