Núcleo faz procura de leitos interna e externa e recebe pelo menos 60 pedidos de vaga por período.
A procura de vagas nos leitos da rede pública de saúde é uma constante. Para agilizar essa procura, o Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS) efetivou o Núcleo Interno de Regulação (NIR) este ano. Além da gestão de leitos dentro do próprio hospital, o núcleo também recebe pedido de vagas das unidades de saúde de Campo Grande. Tudo é feito por meio de um sistema de computador chamado Core.
A responsável pelo setor, Osvaldina Antônia Magalhães Mendonça, de 36 anos, explica que apesar de ter sido lançado em 2008, a efetivação do NIR ocorreu somente em julho deste ano. “É um serviço relativamente novo. Foi criado em 2008 dentro do hospital, mas como ainda não existia o sistema operacional, a regulação interna ainda não estava completamente efetivada. Era um serviço muito burocrático e ficou um bom tempo cuidando, exclusivamente, de exames de alto custo como a cintilografia, ressonância, entre outros. Isso porque também é função do NIR dar meios para os médicos fecharem o diagnóstico e aplicar o tratamento correto do paciente para que a alta seja o mais breve possível”, relata.
O sistema Core foi implantado em junho e Antônia, que é servidora há 11 anos do Regional, ingressou nessa época no núcleo. “Quando o sistema Core começou a funcionar, o NIR passou a ter mais visibilidade. O Core é da prefeitura da Capital, que é quem encaminha a maior clientela. Existe também o sistema estadual que atende os municípios do interior. Esse nós não temos acesso. A regulação do Estado solicita para Campo Grande depois que não consegue vaga em outros lugares. O Estado é dividido em micro e macrorregiões. Então, dependendo da localidade onde está esse paciente, ele é enviado para a microrregião. Caso não consiga encontrar a vaga, procura na macro. Se também não conseguir, ai é que eles procuram em Campo Grande e nós conseguimos visualizar no sistema, onde existe um ranking. Se é referência exclusiva do Regional, o hospital aceita mesmo o pronto socorro esteja cheio. Por isso, que na área azul, que é a de decisão clínica, existem 18 bases mas que estão sempre acima da capacidade instalada”, explica.
O NIR atualmente desempenha duas funções no HRMS. Além da regulação externa, também faz a interna. Por exemplo, se um paciente de Nova Andradina, está enfartando, vem para o Regional em Campo Grande porque a referência somos nós. Vem de ambulância avançada, chamada Alfa, que tem a presença de um médico. Entra pelo pronto socorro, sobe para fazer o cardiodiagnóstico e, se for o caso, vai para a cirurgia. Depois desse processo, o paciente cai na regulação interna, que é responsável pela gestão de leitos. Os leitos todos não são dos andares, são da gestão do NIR. Então, o paciente está no pronto socorro, precisou ir para o centro cirúrgico, faz solicitação para o centro. Saiu de lá, o pedido vem para o NIR destinar qual andar ele deverá ser acomodado, conforme o quadro clínico”, destaca.
Desospitalização e retaguarda
A desospitalização também é uma das responsabilidades do NIR. Antônia dá como exemplo, um paciente da área cirúrgica. “Ele tem o tempo de internação dele. Se fica tempo a mais eleva a despesa para o hospital e ocupa um leito que poderia estar atendendo outro paciente que necessita de cuidados. Por isso, temos uma comissão que passa para fazer essa verificação. O tempo de internação da cirúrgica é sete dias, a clínica médica um pouco mais. Outra função é cuidar dos leitos de retaguarda, como os que temos no hospital São Julião. A comissão composta pelas doutoras Marieli e Maria Inês, avaliam os pacientes de internação longa, que não tem prognóstico de melhora. São cuidados paliativos, para dar um conforto, uma sobrevida para essa paciente. Se for o caso acionamos os leitos de retaguarda, que fica no hospital São Julião e fazemos a autorização de transferência”, conta.
Referência principal e exclusiva
O HRMS é referência principal e exclusiva para algumas especialidades. Isso significa dizer que possui o melhor tratamento disponível para casos graves. Entre as principais referências estão as áreas da pediatria, gestação de alto risco, cardiovascular, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, UTI neonatal, vascular, bucomaxilo, neuro clínica, psiquiatria e nefrologia.
“Aqui temos duas referência em atendimento que são exclusivas, isto é, se tiver um caso é encaminhado direto para cá. São a hemato-oncologia – que faz parte da hematologia relacionada com os processos oncológicos que têm origem nos órgãos responsáveis pela formação do sangue, e a hemorragia digestiva. Nosso setor de endoscopia é o mais completo do Estado. Paciente necessita de socorro lá em Porto Murtinho, por exemplo, tem que solicitar direto para cá. Não tem outro lugar que faça o serviço com o nível de excelência. Nesses casos o paciente vem de ambulância Alfa, mas tivemos casos de vir de helicóptero também”, relata.Para ela, o NIR otimizou e agilizou a forma de organização e gestão de leitos dentro do Hospital Regional, proporcionando maior resolutividade. “O dia a dia aqui é sempre cheio. Recebemos no NIR em média 60 pedidos por período. Solicitações de emergência – quando paciente precisa do atendimento – e de urgência – paciente em risco de morte. A maioria dos pedidos é de emergência. De urgência uns 5 diurnos e 5 noturnos. Agora que conseguimos visualizar melhor todo esse trabalho, tenho certeza que a efetivação trouxe resultados significativos para a gestão de leitos e para a resolutividade dos atendimentos aos pacientes”, finaliza.
Texto e fotos: Diana Gaúna – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)