Linha médica conta com tratamento cardiovascular, UCO, hemodinâmica e cardiodiagnóstico.
A Cardiologia do Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS) é referência em tratamento de saúde para todo estado de Mato Grosso do Sul. A linha de cuidados faz atendimentos cardiovasculares, unidade coronariana (UCO), cardiologia, hemodinâmica e cardiodiagnóstico. Somente em exames – cardiodiagnóstico e hemodinâmica – o hospital realiza uma média de 600 por mês.
O gerente da linha cardiovascular, Nelson Gil de Arruda, conta que o setor possui uma equipe bastante comprometida que vai desde a enfermagem até a área médica. “Nossa linha é multiprofissional e muito interessante de se trabalhar. São pessoas muito comprometidas. Temos um relacionamento interdisciplinar muito bom e conseguimos ter uma troca de conhecimento muito boa entre os profissionais. Com isso quem sai beneficiado é o paciente. Somos referência no Estado em atendimento de cardiologia, recebemos pacientes do estado inteiro e já fomos até premiados pelo nosso serviço”, relata.
A clínica médica do setor deixou de atender somente a cardiologia por conta da regulação de vagas e, com exceção da UCO que só recebe cardiopatas, a enfermaria de cardiologia é mista e tem clínica médica, clínica cirúrgica, pacientes da cardiologia, neurologia, nefrologia. “Até um tempo atrás, antes da regulação pelo Núcleo Interno de Regulação (NIR), nós éramos puramente cardiologia. Agora com tudo informatizado, há acesso a todos os leitos. Os pacientes vêm regulados ou do pronto atendimento. Então, a unidade de atenção básica recebe esse paciente, identifica a necessidade e encaminha já com o histórico da doença e com alguns exames prévios. Apareceu com características de infarto: então é hospital regional”, explica.
Após ser admitido no Pronto Socorro (PS), o paciente é internado e sobe para a cardiologia. Lá é realizado todo o tratamento, desde o diagnóstico, passando pelo tratamento e acompanhamento pós-cirúrgico, se for o caso. “Vamos supor que o paciente infartou em casa, vai proposto de saúde, e de lá vem para o Regional. Aqui ele faz todos os exames que precisa, a intervenção, seja cirúrgica ou via hemodinâmica – como o cateterismo cardíaco ou angioplastia, fica o tempo de recuperação, recebe alta e ainda faz o acompanhamento médico ambulatorial conforma a necessidade”, exemplifica o gerente.
Nelson Gil conta que hoje o HRMS possui equipamentos muito bons. “Nosso equipamento de ponta é da hemodinâmica. Recebemos um aparelho muito moderno, novo. Os exames de cardio são feitos todos aqui. Da nossa linha só falta a cintilografia miocárdia que ainda não temos, mas o hospital conta com ressonância magnética, tomografia, serviço de hemodinâmica e cateterismo cardíaco que é o diagnóstico. Temos na parte de imagem o ecocardiograma, doppler de carótidas, exames de testes ergométricos, eletrocardiograma, holter, mapa, tudo aqui”, diz.
As cirurgias cardíacas eletivas de grande porte, como a revascularização ou famosa ponte de safena, duram em média cinco horas e necessitam de diversos profissionais: dois cirurgiões, um anestesista, um operador da máquina de circulação extracorpórea, dois técnicos de enfermagem, um instrumentador e um ou dois circulantes na sala. Essas são agendadas todos os dias, menos nos feriados e finais de semana, quando o hospital trabalha com equipe reduzida.
“Nesses períodos o laboratório, o setor de imagem e outros trabalham com equipe reduzida, mas se for um paciente de urgência nós operamos imediatamente. Semana passada, na nossa lista de marcação cirúrgica tínhamos agendado uma cirurgia cardíaca e um marcapasso. Mas chegou um paciente no pronto socorro com situação grave e acabamos realizando três cirurgias em um único dia. Então varia muito”, informa.
Hemodinâmica: do diagnóstico a terapêutica
O setor de hemodinâmica realiza em média 18 exames de cardiodiagnóstico por dia. Mas o serviço não para por aí: também são realizados procedimentos de intervenção. Quando o médico pede o exame de cateterismo cardíaco identifica a obstrução da artéria e o percentual de comprometimento, é possível resolver o problema ali mesmo, com a colocação de um stent, por exemplo.
“O paciente infarta, chega aqui com alteração no eletrocardiograma, identificamos no laboratório de hemodinâmica qual coronária esta obstruída, qual artéria do coração e se for indicado já colocar o stent – que já é um procedimento de tratamento da lesão – em torno de 15 minutos. Na área neurológica também. Da mesma forma que estudamos as artérias obstruídas do coração, estudamos as cerebrais. Assim, o neurologista ao invés de colocar o cateter para baixo, sobe as carótidas e examina as artérias cerebrais, injetando o contraste. A máquina faz um filme e mostra onde está a obstrução. E também já pode fazer o tratamento de algum caso de acidente vascular encefálico (AVE) – conhecido como derrame cerebral – na mesma hora”, relata.
Entretanto, Nelson alerta que nem todo tipo de infarto e AVE pode ser tratado no laboratório. “Em casos graves o paciente vai para a cirurgia. Obstrução de mais de 80% de uma veia, por exemplo, é caso cirúrgico. Paciente mutiarterial, que tem a doença em mais de uma artéria, também é cirurgia. Outro caso são os pacientes que chegam correndo risco de vida. Fechou artéria principal que é a descendente anterior, vai para o laboratório de hemodinâmica, identifica a obstrução lá no comecinho da artéria, coloca o stent para abrir e retomar o fluxo de sangue para salvar esse paciente e em alguns casos pode ser que precise passar por cirurgia para tratar outras lesões. Então, funciona tanto como um resolutivo quanto como um mecanismo de salvação imediata paliativo”, informa.
Estrutura
Conforme o gerente da linha da cardiologia, a estrutura do HRMS é bastante complexa e vai da gestão administrativa, de pessoal e equipamentos. “É importante falar que o serviço de saúde oferecido pelo Governo do Estado vem, principalmente, do Hospital Regional. É uma estrutura muito complexa do ponto de vista administrativo com muitos profissionais diferentes, equipamentos diversos, porque não é só a área médica, temos engenheiros, físicos nucleares, e uma gama diversificada multiprofissional . Então, realmente é muito dinheiro investido”.
Os atendimentos da equipe tem gerado bastante retorno positivo na ouvidoria. “Recebemos muitos elogios de familiares, pacientes. São cartas, visitas. Na semana do servidor, inclusive, recebemos premiações. Em muitas situações os pacientes chegam em estado grave e permanecem sob os nossos cuidados por bastante tempo. Então é gratificantes saber que podemos ajudar a salvar tantas vidas oferecendo um atendimento humanizado”, reforça Nelson.
Para a paciente Ramona Aparecida da Silva, 49 anos, que realizou uma cirurgia do coração após sofre um infarto na UCO, a equipe do hospital é excelente. “Eu já estava fazendo tratamento do coração aqui tinha quatro anos. O atendimento sempre foi excelente. A primeira vez que fui atendida no Regional vim encaminhada pela UPA[Unidade de Pronto Atendimento]. No dia do meu infarto fui prontamente atendida e graças a eles, hoje posso dar esta entrevista. A cirurgia foi ótima, assim como a recuperação. Conheço todo mundo porque sempre venho fazer o acompanhamento. Já sinto como se o pessoal aqui fosse da minha família”, relata.
A professora aposentada, Maria Lúcia Anunciação, de 63 anos, aguardava para fazer a cirurgia cardíaca. Ela contou que descobriu o problema de coração há cerca de 40 dias e já estava aguardando a intervenção. “Passei muito mal e acabei encaminhada para cá. Estou há 40 dias aguardando a cirurgia, que será esta semana. O coração está esperando para ficar melhor. Tenho sido muito bem atendida. São todos bastante atenciosos, médicos, enfermeiros, técnicos. A gente nesta situação fica fragilizada, então, precisa de suporte. Fiz os exames todos aqui no hospital. Os profissionais são bons, tenho convivido com pessoas que passaram pela cirurgia que vou fazer e isso está fazendo com que eu me sinta mais confiante”, afirma.
A enfermeira da UCO, Isabele Mendes de Oliveira, 31 anos, trabalha no HR há dois anos e meio. “O trabalho aqui é gratificante. Apesar de o setor que eu trabalho receber os pacientes mais graves, a nossa equipe é bastante unida. Como passamos um longo tempo juntos, a gente acaba se apegando às pessoas. Existem muitas histórias tristes, mas também de sucesso como da Ramona e da Maria Lúcia. O hospital dá suporte a intercorrências a qualquer hora do dia ou da noite. Nossos pacientes não ficam sem assistência. Fazemos todo possível para atendê-los melhor e com mais rapidez. Então, me sinto satisfeita em trabalhar aqui e acredito que temos muito a comemorar nesses 20 anos. E que venham outros 20”, pontua.
Na avaliação da instrumentadora cirúrgica, Felisma Barros de Almeida, de 52 anos, o setor de cardiologia não perde em nada para os hospitais da rede privada. Felisma trabalha no HRMS desde sua fundação. “Eu trabalho aqui faz 20 anos, mas nosso serviço existe há 17 anos. Nós temos materiais de primeira qualidade. Tudo o que tem na rede privada a gente também tem: materiais cirúrgicos, fios, equipamentos, tudo. Além disso, os profissionais são os mesmos que atendem na rede privada. Eu sou instrumentadora , acompanho os médicos em outros hospitais, mas confesso que sou apaixonada pelo meu material daqui. Recebemos caixas cirúrgicas novas, temos um cardioversor novo, foco de led novo, gasômetro no centro cirúrgico. Nosso serviço não deixa nada a desejar. Tem alguma coisa de estrutura que dá para melhorar, mas posso afirmar que mesmo assim nosso trabalho é excelente”, encerra.
Diana Gaúna – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Edemir Rodrigues e Diana Gaúna