Desde o início da pandemia, houve uma alta de mais de 700% na utilização desses medicamentos.
Campo Grande (MS) – Os principais grupos de fármacos necessários a intubação e manutenção da ventilação mecânica correm risco de desabastecimento, não apenas em Mato Grosso do Sul, mas em vários estados do Brasil. O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) está, inclusive, orientando para que as cirurgias eletivas sejam suspensas até o controle da pandemia.
O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, quando se tornou referência no enfrentamento a Covid-19, já previa a necessidade desses fármacos e conseguiu mantar um estoque razoável desses medicamentos. A diretora-presidente do HRMS, Rosana Leite de Melo, informa que a preocupação está em manter essa razoabilidade, pois de acordo com os laboratórios faltam matéria prima para a confecção desses remédios. “Hoje, mesmo com a dispensa da licitação, por estarmos em emergência, mediante a essa pandemia, as empresas sequer fazem cotação, pois não têm previsão nenhuma de produção e entrega. ”
Ainda de acordo com Rosana Leite, o Hospital tem medicamentos para se manter por 30 dias, mas os fármacos, que são medicamentos de uso exclusivo em hospitais, nos centros cirúrgicos e em unidades de terapia intensiva (UTI), para procedimentos que exigem anestesia, analgesia, sedação e relaxamento muscular podem vir a faltar no tratamento grave dos pacientes com a COVID-19.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) explica que a falta desses medicamentos se dá a alta inesperada na demanda, dificuldade de importação de matérias-primas e o valor do dólar. O mercado nacional, de acordo com a entidade, não está conseguindo suprir a procura.