Mão Amiga

Nossas mãos tem muita valia; podem pedir, chamar, acariciar, encorajar, perdoar, aplaudir, exaltar, construir, trabalhar, escrever…

Foi com as mãos carinhosas que a Capitão Camila nos recepcionou, e com as mãos firmes o comandante Vaz nos cumprimentou, as mesmas mãos que deram início as nossas instruções.

Por videoconferência conversamos com o a Defesa e a Força Aérea, mas eles não estavam na defensiva, estavam abertos a todos questionamentos. Uma outra capitã nos trouxe notícias do mar e estendeu as mãos para uma promissora amizade com os profissionais da imprensa.

Com as mãos de um herói que empunha a espada um soldado de alma azul integrou a poesia a sua missão de paz; e por causa dela aprendemos a negociar. Se com as mãos trabalhamos bem, porque não montamos lego? Sério isso? Não, é só para quebrar o gelo.

Botamos a mão na massa, digo, na terra mesmo, foi pra desarmar bombas feitas por mãos maldosas. Com as mãos tremulas entramos na área de risco. Tiros de festim? Chumbinho? “Mãos pra cima”, disse o Passoca (com SS mesmo), e após a ação dos braços fortes, tudo certo. Bora lá, ranchar no mato.

Selva a dentro as mãos pontam uma saída, buscam por água ou por comida. Tem em todo lugar, basta se orientar. As mãos esfregam dois galhos e com isso conseguimos chamas, mas se não rolar, chama o Monteiro.

De mãos atadas não dá pra ficar, 06 pediu pra sair e eu, também. A médica me deu uma mãozinha. Tudo ficou bem. Com mãos doce e piedosa ela cura feridas, conforta e protege os enfermos. Pequenas e firmes, arregaçam a manga e manda uma PCR ao som de Stayin’ Alive. Se no conflito faltar o sopro, é com nossas próprias mãos que devemos nos salvar.

Caça livre: Se com as mãos Davi certou a funda; Thiago errou um tiro. Tá, 2,3…

Teixeira é o cara da água e combatente do ar, que em terra tem a missão de apagar incêndios. Com os Topguns tupiniquins aprendemos que é melhor saber e não precisar, de que precisar e não saber. Pedrão também mandou bem; é possível ter um Nike sem usar as mãos para roubar.

Um veterano de mãos calmas falou de direito. É preciso saber, conhecer e entender. Já o jornalista mandou um direto. Um papo reto de como é estar numa área de conflito. Viveu na prática o que estamos aprendendo.

Mas é na despedida que as mãos ficam mais evidentes; com as mãos nossas mães nos abençoam na saída rezando pela nossa volta. Suadas e frias se apertam para selar a amizade, num abraço acaricia o amigo e próximo aos olhos enxuga nossas lágrimas e lágrimas dele.

 

Foto: Marx Vasconcelos (PA)

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